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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A importância do planejamento para a produção de conteúdos para EaD

Na EAD não se tem a relação permanente face a face entre professores e alunos, que supostamente indicaria maior facilidade de comunicação bidirecional ou multidirecional. Porém, a educação presencial não garante esse tipo de comunicação. Observa-se, por exemplo que, na educação tradicional, a comunicação segue um modelo unidirecional e autoritário. Somente uma educação baseada no diálogo garantiria a troca entre professor/alunos, alunos/alunos.

Assim, pode-se dizer que o processo de comunicação é definido muito mais pela abordagem pedagógica que pelos supostos limites originados pela distância. Segundo Moore (1996), por intermédio das mídias utilizadas, sejam elas material impresso, rádio, televisão, redes de computadores entre outras, é possível conduzir uma comunicação dinâmica entre professores e aprendizes. Tudo dependerá portanto da clareza pedagógica e consequentemente do cuidado no planejamento e elaboração de estratégias que garantam esta comunicação.

Laaser (1997), por exemplo, ao discutir a aprendizagem ativa, enfatiza a importância do planejamento em seus mínimos detalhes na elaboração de todo material didático para garantir o diálogo.

“...os elaboradores devem escrever de modo a estarem, continuamente, conversando com o aluno, em um diálogo amigável e encorajador. Esse diálogo deve incluir aconselhamento a respeito do que fazer e de como fazer, ou seja, deve servir de encorajamento para os alunos, reforço e incentivo”. (p.76)

Os modelos desenvolvidos com a utilização de mídias integradas são, portanto, um avanço, pois incorporam múltiplas possibilidades de representações, incorporando o conteúdo com a promoção efetiva do diálogo entre todos os participantes. Essa integração facilita o rompimento com a unidirecionalidade da comunicação tradicional.

Possibilitar, pois, um ambiente de interação e colaboração, no qual o respeito por cada um seja a abertura para o diálogo permanente no processo de construção do conhecimento é, certamente, um desafio a ser enfrentado na tentativa de fazer da EAD um canal aberto que leve o aprendiz a interagir, definindo e redefinindo junto ao professor e demais aprendizes o processo educacional.

Enfim, o entendimento de que sem diálogo não podemos falar de interação, colaboração e de relações cooperativas, deve estar claro e internalizado por todos os envolvidos em práticas educacionais: coordenadores, planejadores, executores, tutores, monitores, professores, alunos; tanto na modalidade a distância, quanto na presencial.

Mediação e Mediatização em EaD


A mudança do paradigma da educação para uma sociedade aprendente trouxe em seu bojo a criação do sujeito tecnológico ou midiático. Essa mudança altera a relação entre professor e aluno para uma relação muito mais interativa. O conhecimento foi bastante democratizado, mas ainda há que se discutir a questão do acesso às novas tecnologias, que são essenciais nesse novo modelo, mas que ainda é bastante restrito. Nesse novo paradigma, o professor passa a ter um papel muito mais de mediador do conhecimento que de detentor do conhecimento.

Em EaD, essas mudanças são mais patentes. Muda a mediação, que é a ação do professor no processo de ensino-aprendizagem e, também, a mediatização, que é a utilização das tecnologias para a transmissão de conteúdos.

Nesse momento, é importante que se discuta a competência do professor para mediar/mediatizar o ensino-aprendizagem e, também, a competência do aluno para a autonomia requerida para o aprender nessa modalidade.

A comunicação entre professor e aluno pode ser efetivada por mídias diversas: TV, vídeo, computador ou material impresso. Mas todas elas exigem planejamento e execução com o objetivo de transformar conteúdos em unidades de sentido para o aluno. E para que isso se concretize é necessário saber ler, saber escrever. É preciso ter consciência de que o sentido do texto não está no próprio texto, mas na cabeça de quem escreve ou lê o texto.

Para a comunicação acontecer de forma dinâmica e cíclica, é necessário que o emissor seja também receptor e que o receptor seja emissor. Esse é o ideal a ser atingido em um modelo em que os atores do processo ensino-aprendizagem constroem juntos, na alternância de papéis, o conhecimento. É a comunicação não hierarquizada entre os sujeitos da aprendizagem (modelo complexo de comunicação) na qual se baseiam as comunidades colaborativas de aprendizagem.

Ao se comunicar com o aluno durante o processo ensino-aprendizagem, o professor tem uma intenção, que é levar o aluno a produzir um determinado conhecimento. E para que isso ocorra, é importante que não haja problemas de comunicação, que o código utilizado pelo professor seja compreendido pelo aluno. Daí a o cuidado ao se elaborar o material para EaD.

A escolha do processo de comunicação deve levar em conta a percepção que o aluno tem do conteúdo a ser trabalhado, a expectativa dele em relação à disciplina ou ao curso e, também, o seu envolvimento com a matéria, porque a motivação para aprender vem da forma como a comunicação ocorre dentro do curso.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A utilização de mapas conceituais na Educação a distância


São utilizados para auxiliar a ordenação e a seqüenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno. Mapas Conceituais podem ser usados como um instrumento que se aplica a diversas áreas do ensino e da aprendizagem escolar, como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em educação.

A proposta de trabalho dos Mapas Conceituais está baseada na idéia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel que estabelece que a aprendizagem ocorre por assimilação de novos conceitos e proposições na estrutura cognitiva do aluno. Novas idéias e informações são aprendidos, na medida em que existem pontos de ancoragem. Aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva e não apenas em acréscimos. Segundo esta teoria, os seguintes aspectos são relevantes para a aprendizagem significativa:


  • As entradas para a aprendizagem são importantes.
  • Materiais de aprendizagem deverão ser bem organizados.
  • Novas idéias e conceitos devem ser "potencialmente significativos" para o aluno.
  • Fixando novos conceitos nas já existentes estruturas cognitivas do aluno fará com que os novos conceitos sejam relembrados.
  • Nesta perspectiva parte-se do pressuposto que o indivíduo constrói o seu conhecimento partindo da sua predisposição afetiva e seus acertos individuais. Estes mapas servem para tornar significativa a aprendizagem do aluno, que transforma o conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, estabelecendo ligações deste novo conhecimento com os conceitos relevantes que ele já possui.

    Esta teoria da assimilação de Ausubel, como uma teoria cognitiva, procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente dos seres humanos. A referida teoria dá ênfase à aprendizagem verbal, por ser esta predominante em sala de aula.
    Incluídas na aprendizagem significativa estão a aprendizagem por recepção e a por descoberta.

    Mapas conceituais podem ser utilizados como:

    • Estratégia de estudo
    • Estratégia de apresentação de itens curriculares
    • Instrumento para a avaliação de aprendizagem escolar
    • Pesquisas educacionais

    Como uma ferramenta de aprendizagem, o mapa conceitual é útil para o estudante, por exemplo, para:


  • Fazer anotações
  • Resolver problemas
  • Planejar o estudo e/ou a redação de grandes relatórios
  • Preparar-se para avaliações
  • Identificar a integração dos tópicos

  • Para os professores, os mapas conceituais podem constituir-se em poderosos auxiliares nas suas tarefas rotineiras, tais como:

  • Tornar claro os conceitos difíceis, arranjados em uma ordem sistemática
  • Auxiliar os professores a manterem-se mais atentos aos conceitos chaves e às relações entre eles
  • Auxiliar os professores a transferir uma imagem geral e clara dos tópicos e suas relações para seus estudantes
  • Reforçar a compreensão e aprendizagem por parte dos alunos
  • Permitir a visualização dos conceitos chave e resumir suas inter-relações
  • Verificar a aprendizagem e identificar conceitos mal compreendidos pelos alunos
  • Auxiliar os professores na avaliação do processo de ensino
  • Possibilitar aos professores avaliar o alcance dos objetivos pelos alunos através da identificação dos conceitos mal entendidos e dos que estão faltando.
  • segunda-feira, 25 de outubro de 2010

    Vantagens e Desvantagens da Educação à Distância no Brasil

    As vantagens da educação à distância, são :
    ☺Alternativa aos problemas sócio-econômicos da educação
    ☺Reforço da aprendizagem continuada
    ☺Indução ao autodidatismo e autonomia na aprendizagem
    ☺Mais economia
    Todo esse conjunto de vantagens, favorecem à educação nacional, proporcionando a formação de indivíduos mais interessados no seu desenvolvimento pessoal e na sua contribuição com a sociedade. Alías, atualmente, é uma exigência do mundo globalizado, o desenvolvimento das competências individuais, principalmente no âmbito intelectual e da informática, visto que a informatização é utilizada em escala mundial. Além dos conhecimentos didáticos,o aluno adquiri autonomia, pois ele será responsável por seu desenvolvimento, muito mais que no ensino presencial, e também há o reforço da aprendizagem continuada, pois aprender é um exercício constante.

    As Desvantagens:
    ☻algumas aulas presenciais, o que inviabiliza o estudo para algumas pessoas
    ☻qualidade dos conteúdos programáticos e algumas instituições
    ☻ Desvalorização das certificações
    ☻ Descontextualização
    ☻ Evasão dos cursos entre 60% e 90%

    A presença para a realização de provas precisa ser desconsiderada, é necessário deixar o preconceito e principalmente as instituições assumirem que essa é uma forma educativa sim. Se houverem “pormenores”, haverá a inviabilização do estudo para algumas pessoas,que devido a falta de tempo para freqüenta-lo se evadirão do curso.
    Qualidade, é a proposta da Ldb, sendo assim os meios governamentais, deverão fiscalizar as entidades que aproveitam-se da ”onda” e colocam cursos, sem interesse pedagógico e muito caros no mercado.
    Ainda no Brasil, há um preconceito em relação ás novas concepções pedagógicas, leia-se, com auxílio da informática em um contexto moderno, onde informação faz parte do “capital” do ser humano, do seu valor social.
    O curso de ead, assim como qualquer outro, precisa verificar a realidade do aluno, é necessário questionar o mesmo, no intuito de saber, o seu grau cognitivo.
    A ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância) verificou que na América do Sul a evasão da ead especificamente ocorre porque em outras regiões essa alternativa educativa é amplamente divulgada, além de ter um investimento maior que nos países latinos.
    Essa evasão é devido á qualidade dos cursos, a desvalorização do mercado em relação aos certificados e a falta de motivação do aluno.
    Somente quando as pessoas conscientizarem-se da importância de sua atitude pessoal em relação á aquisição de conhecimento aliada ás tecnologias, é que a ead terá uma procura e valorização maior.
    Bibliografia:
    LDB fácil, CARNEIRO, Moaci Alves,Vozes, Petrópolis 2003
    Seed- Secretaria de Educação á Distância http://portal.mec.gov.br/seed/
    ABED-Associação Brasileira de Educação à Distância
    http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home&UserActiveTemplate=4abed

    O que são mapas conceituais?

    Mapas conceituais são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações entre conceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que vai desde os conceitos mais abrangentes até os mais inclusivos. São utilizados para auxiliar a ordenação e a seqüenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno. 

    Esta abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significados a partir de sua predisposição para realizar esta construção. 

    Servem como instrumento para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz

    quarta-feira, 20 de outubro de 2010

    A EaD e o Sistema Tutorial

    Na modalidade de Educação a Distância existem três elementos fundamentais em interação: aluno, material didático e professor. A experiência com EaD, independente da concepção de educação adotada e das ferramentas didáticas utilizadas (televisão, rádio, internet, material impresso), tem demonstrado que o sistema tutorial é cada vez mais indispensável ao desenvolvimento de aulas a distância. Nesse processo, cabe ao tutor acompanhar as atividades discentes, motivar a aprendizagem, orientar e proporcionar ao aluno condições de uma aprendizagem autônoma.

    A Educação a Distância, é importante observar, pressupõe um sistema de transmissão e estratégias pedagógicas adequadas às diferentes tecnologias utilizadas. A estratégia didática da Educação a Distância, de acordo com Brande (1993) significa a escolha dos métodos e meios instrucionais estruturados para produzir um aprendizado efetivo. Não deve merecer atenção apenas o conteúdo do curso, mas também decisões sobre o suporte ao aluno, acesso e escolha dos meios. A forma como o tutor e o aluno se comunicam e interagem dependerá do esquema de aprendizado a ser usado. O autor revela ainda três fatores indispensáveis para que a Educação a Distância aconteça: o modelo de aprendizagem, a infra-estrutura tecnológica e infra-estrutura física propiciada pelo setor.

    Qualquer estratégia, para atingir suas finalidades deve disponibilizar e gerenciar os conhecimentos de forma crítica, priorizando a educação para trabalhar os conteúdos de forma significativa, criando todas as condições à formação de indivíduos gestores da informação. A escola ainda não esclareceu as dúvidas que possui sobre a utilização da tecnologia como fator fundamental para melhorar o desempenho dos alunos, ou até aprimorar a qualidade da educação. A qualificação do corpo docente continua sendo sempre a primeira prioridade. A utilização das tecnologias como recurso didático trouxe à tona uma série de desafios tais como: a seleção dos diferentes tipos de textos elaborados e/ ou produzidos para um curso de EaD, a articulação dos núcleos temáticos, interdisciplinaridade, coordenação didático-pedagógica, renovação metodológica dos docentes, fundamentos teóricos de aprendizagem e do processo de avaliação.

    É possível encontrar classificações relativas a EaD em que são utilizados critérios similares aos das tecnologias, cuja visão de homem está posta numa concepção linear de mundo. Segundo Aparici (1999, p. 3), tanto a informática como os sistemas tecnológicos de comunicação podem proporcionar a igualdade de oportunidades para promover a cidadania. A crise da sociedade contemporânea exige que os países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, não se limitem a apenas lutar de forma racional e estratégica contra a pobreza, mas direcionem seus investimentos em políticas de educação, até para resgatar a dívida social, acumulada ao longo da história.


    Para Rodriguez (1997), é necessário rever as dimensões: educativa, tecnológica e comunicativa, em relação ao papel e ao protagonismo que assumem os professores implicados na organização do trabalho pedagógico. É preciso insistir na idéia de que as multimídias não transformam o trabalho docente, elas apenas expressam com grande impacto os novos cenários da sociedade contemporânea e permitem um armazenamento enorme de informação, por meio de novas linguagens.

    Dessa forma, a educação a distância deve ser assumida como uma das utopias da educação para desenvolver as sociedades de nosso continente e superar os imperativos da cultura de consumo. Estas questões sublinham a importância da atuação docente em EaD, em que o perfil do profissional de educação deve conter competências bem mais complexas, tais como:

    * Saber lidar com os ritmos individuais diferentes dos alunos;
    * Apropriar-se de técnicas novas de elaboração do material didático impresso e do produzido por meios eletrônicos;
    * Dominar técnicas e instrumentos de avaliação, trabalhando em ambientes diversos daqueles já existentes no sistema presencial de educação.
    * Ter habilidades de investigação;
    * Utilizar técnicas variadas de investigação e propor esquemas mentais para criar uma nova cultura, indagadora e plena em procedimentos de criatividade.


    CARLOS ALBERTO DE SOUZA
    PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
    calb@big.univali.br

    FERNANDO JOSÉ SPANHOL
    PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
    spanhol@led.ufsc.br

    Uma opção para a socialização da aprendizagem

    Construindo novos espaços para a aprendizagem*


    A rede de computadores apresenta-se hoje como elemento que pode modificar significativamente a educação presencial. As paredes das salas de aula se abrem, hoje esses tradicionais locais de ensino-aprendizagem têm o tamanho do mundo. As pessoas podem se comunicar, trocar informações, dados, pesquisas a qualquer hora e de qualquer lugar.

    Há nítida tendência de que o acesso à Internet, programas de EAD, tecnologia portátil e redes sem fio estejam emergindo, crescendo em popularidade e tornando possível o oferecimento de novas oportunidades para todo tipo de estudante (Schlumpf, 1998). Talvez alguma dessas realidades ainda estejam distantes de nós, principalmente no que diz respeito à capacitação de professores, porém é importante manter em perspectiva o caminho para o qual têm seguido as tendências educativas no que diz respeito ao uso da tecnologia.

    Essa nova realidade impõe a necessidade de que o processo educativo seja revisto e que sejam descobertos novos espaços para aprendizagem via rede de computadores. Qualquer que seja o curso de EAD voltado para o professor, Zamudio (1997) nos lembra que ele deve possuir como um dos seus objetivos a autoformação, pois a autonomia do indivíduo, no seu sentido pleno, é um compromisso de todo processo educativo. O mesmo autor sugere que, para contribuir para essa finalidade, os materiais pedagógicos produzidos devem estar acessíveis, ser de fácil consulta, introduzir o professor progressivamente ao conhecimento, à compreensão, à análise e à aplicação do conteúdo a ser trabalhado.

    É importante ressaltar algumas considerações relacionadas à construção de novos espaços para a aprendizagem via EAD:
    - um curso de EAD via rede deve ser planejado, desenvolvido e avaliado por um grupo interdisciplinar. Devido a complexidade do próprio processo educativo, aliada à complexidade do domínio atualizado das informações e dos mecanismos de interação com a rede, dificilmente um único profissional desenvolverá um trabalho de EAD de qualidade, se trabalhar isoladamente.
    - para que um curso via rede seja desenvolvido é fundamental que seja feito previamente um plano instrucional detalhado do curso.
    - os professores, pessoal administrativo e de apoio envolvidos em um curso via rede precisam desejar aprender uma maneira totalmente nova de comunicar a mensagem e de garantir que a aprendizagem aconteça.
    - o professor ou equipe de professores responsáveis pelo desenvolvimento de um curso via rede devem ter experiência de sala de aula e terem dado o curso presencialmente.
    - o professor ou professores que desenvolveram um curso via rede devem ser responsáveis pelo seu oferecimento, pelo menos na primeira vez que o curso for oferecido via rede.
    - os alunos que se inscreverem em cursos via rede devem ter experiência prévia de navegação na Internet, ou o curso deve incluir uma unidade introdutória de modo a familiarizar o aluno com esta tecnologia.
    - a tecnologia e o pessoal técnico de apoio devem estar disponíveis para que um curso via rede possa ser oferecido.
    - a seleção das novas tecnologias a serem utilizadas em programas de capacitação deve ser orientada pelo conhecimento da estratégia de ensino a ser adotada, do nível educativo do programa a ser desenvolvido, da proposta de formação e reciclagem dos professores, e das estratégias de acompanhamento e avaliação do programa.
    - em cursos via Internet, sugere-se que sejam feitos exercícios ou testes curtos semanais para que os alunos se mantenham atualizados em relação ao curso.
    - sugere-se que a nota final de cursos via rede seja resultante de diversas atividades de avaliação realizadas durante o curso, como por exemplo: exame final - 35%, trabalhos realizados durante o curso - 35%, testes e contribuições nas aulas - 30%.
    - os sistemas administrativos precisam estar estruturados para este tipo de curso para que ele tenha sucesso.
    - devido aos custos elevados deste tipo de curso, é indicado que sejam feitos convênios entre instituições de capacitação de professores públicas e privadas e empresas. As instituições devem desenvolver projetos e programas cooperativos de EAD, devendo se comunicar nos níveis local, regional, nacional e internacional.
    - qualquer que seja o curso via rede, ele só terá chance de sucesso se tiver apoio da administração da instituição.

    Focalizando a atenção no professor, aquele que se propuser a ensinar em sistemas de EAD deve, segundo Wolcott (1995), refletir sobre alguns aspectos fundamentais, que são:
    a. contexto de ensino - que é alterado devido à separação física entre os participantes do processo e mediatizado pelo uso da tecnologia; o ambiente de aprendizagem assume nova configuração. O professor, para atuar efetivamente, precisa reconhecer essa mudança no ambiente e sua influência no contexto. Mais especificamente, o professor precisa trabalhar com as potencialidades do meio e adaptá-lo às limitações impostas à sua abordagem instrucional;
    b. alunos - em programas de EAD eles vivenciam a aprendizagem de maneira diferente do ensino presencial, portanto têm uma perspectiva diferente daqueles que não estão separados do locus de instrução. O professor precisa estar atento e sensível aos obstáculos psicológicos, sociais e técnicos a serem enfrentados pelo aluno de cursos via EAD.
    c. Métodos - uma vez que as pesquisas nessa área continuam afirmando que "o que constitui instrução efetiva varia com o contexto" (Brophy & Good, em Wolcott, 1995); daí profissionais de EAD deverem ser cuidadosos em simplesmente não reaplicarem métodos tradicionais de ensino presencial, pois precisam reconhecer que eles não podem ser simplesmente utilizados em situações de EAD. Há necessidade de serem exploradas estratégias alternativas de ensino, contextualizadas no ambiente de EAD. Os métodos de ensino de EAD devem, em geral, buscar reduzir a distância interpessoal, promover a interação, aumentar o feedback e garantir a aprendizagem e a transferência da mensagem.

    Willis (1994) comenta que as instituições de ensino que optarem pela EAD e pela manutenção da sua credibilidade e respeito usando tecnologia inovadora para chegar aos alunos em lugares distantes e atendendo às suas necessidades, além de observar os aspectos acima destacados, não podem se intimidar pelos obstáculos apresentados por esta modalidade de ensino. Entretanto, ao invés de lidarem com esses desafios de forma criativa, em geral elas:
    - enfrentam desafios não tradicionais de maneira muito tradicional;
    - reagem a situações quando elas estão fora de controle, ao invés de responderem ativamente enquanto o sucesso ainda pode ser alcançado;
    - ignoram as necessidades e a realidade dos alunos que atendem;
    - gastam energia protegendo o território ao invés de criarem parcerias com empresas, indústrias e outras instituições de aprendizagem;
    - compram soluções técnicas para problemas instrucionais, elaboradas para consumo "barato", acreditando que se elas funcionam para a instrução "A", vão também funcionar para a instrução "B".

    Finalmente, ao se tratar da construção de novos espaços de aprendizagem via EAD, cabe lembrar experiências que utilizavam telesalas (educação via televisão). A raiz de alguns fracassos de telesalas faz-nos pensar que a interação direta professor-aluno é, em muitos aspectos, insubstituível, e que o recurso audiovisual não basta para assegurar a construção de conhecimento. Acontece que o problema é muito mais amplo, educar a distância implica em implementar todo um sistema que vai do diagnóstico das necessidades do público-alvo até a avaliação do processo.

    *Lígia Silva Leite(UFRJ)

    *Christina Marília Teixeira da Silva(UFRJ)


    Deise Santos do Nascimento

    Sugestão de site

    Para aqueles que queiram aprofundar mais ainda os conceitos e conteúdos em EAD não podem deixar de ler o material que está no seguinte site:

    http://www.abed.org.br/col/planejamentosistemas.pdf

    É fantástico, está repleto de informações mais que necessárias para um tutor exercer bem seu papel, como também gestores e estudantes na e de EAD.

    Deise Santos do Nascimento

    segunda-feira, 18 de outubro de 2010

    A educação à distância no Brasil

    A educação à distância no Brasil apresenta crecimento exponencial na última década. Aliado a este crescimento, há o aumento do interesse da sociedade em adquirir conhecimento e requerer seus direitos através das políticas públicas. O fato de o Brasil aprensentar uma diversidade vasta de grupos e culturas favorece a educação mediada por tecnologias que aproximem as pessoas de todas as regiões. A sociedade no passado era desvalorizada, sem direitos e deveres que contemplassem o indivíduo a adquirir conhecimento, e com isso, não havia competitividade. Hoje podemos perceber que as políticas públicas sociais garantem a possibilidade de crescimento e desenvolvimento do cidadão e do meio em que ele vive. A EAD estimula a diminuição grande desigualdade social existente, visto que oferece acesso à educação às pessoas com diversos tipos de dificuldades para se deslocar aos grandes centros. Uma vez tendo acesso ao conhecimento, essas pessoas passam a ter maiores oportunidades de trabalho e maiores rendas familiares, podendo ascender-se continuamente. E o avanço das tecnologias favorece essa modalidade de ensino e aproxima o aluno do professor através dos seus recursos cada vez mais avançados.

    domingo, 17 de outubro de 2010

    Educação a distancia

    Sabe qual é a diferença entre ensino por correspondência e educação a distância?

    A designação educação à distância popularizou-se a partir de 1982, quando o Conselho Internacional para o Ensino por Correspondência alterou o seu nome para Conselho Internacional para a Educação à Distância.


    Porque será que se sentiu a necessidade de alterar a designação de ensino por correspondência para educação a distância?
    A alteração da designação de ensino por correspondência para educação a distância, ocorreu em virtude da evolução tecnológica ter possibilitado o recurso a outros instrumentos de mediação que não exclusivamente o correio.

    A educação à distância dispõe hoje de diversificados suportes de transmissão de informação, que tornam possível a concretização das duas idéias básicas lhe estão subjacentes: possibilitar um acesso igualitário à educação e promover aos alunos condições próximas às oferecidas na educação presencial.


    Tendo em atenção acompanhar as constantes transformações tecnológicas e didático/metodológicas a evolução da terminologia foi acompanhada por um continuo ajuste do conceito de educação a distância.

    O conceito atual de educação a distância visa expressar a riqueza de instrumentos de mediação, que possibilitam uma aproximação crescente entre as condições oferecidas ao aluno no estudo a distância e no presencial.


    Quais serão os aspectos básicos que estarão subjacentes ao atual conceito de educação à distância?


    Em 1980 Keegan (1980) recorreu analisou quatro definições de educação à distância, para apresentar a partir delas o seu próprio conceito.


    Aqui estão as definições que Keegan analisou:


    - "O termo educação à distância abrange as várias formas de estudo, a todos os níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de docentes presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local, mas que apesar de tudo, beneficiam do planejamento, direção e instrução de uma organização orientadora (Holmberg,1977)".


    - "A educação à distância é uma modalidade de ensino que não implica a presença física do professor no local onde é ministrada, podendo recorrer a ele somente para tarefas selecionadas (Loi 71.556 du 12 juillet 1971)"
    - "Educação/ensino a distância (Fernunterricht) é um método racional de comunicar conhecimentos, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, e pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais permitem instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender (Peters, 1973)".

    - "Ensino a distância pode ser definido como a família de métodos instrucionais onde as ações dos professores são executadas a parte das ações dos alunos, incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicas, mecânicos ou outros (Moore, 1973)".


    Com base nestas definições Keegan retirou os seis elementos básicos que sustentam a sua definição de educação à distância:


    A utilização pela educação a distância das novas tecnologias de informação e comunicação, obriga a um repensar da idéia de associar a educação a distância à descontinuidade física entre instituição de ensino e aluno. A discussão tem se deslocado da descontinuidade para a mediatização. Seguindo esta linha de pensamento, a educação à distância poderá ser definida como uma modalidade de ensino que obriga a um processo de mediatização para suprir a descontinuidade entre aluno e professor.

    Questões para reflexão:
    Que pensa do fato de ainda hoje cerca de 80% dos cursos de educação à distância terem como instrumento de mediação o material didático impresso?
    Você pensa imprimir este texto, apesar de ele ficar disponível o tempo todo no seu computador? Porque será que terá essa atitude?
    Diante da reflexão com base nas duas questões anteriores, comente a frase: “A educação a distância mesmo quando utiliza instrumentos de mediação de última geração, não passa de um ensino por correspondência “melhorado”.
    A partir das definições e das características apresentadas por Keegan, faça uma análise comparativa com proposta didática e pedagógica deste Curso.
    Texto de: João José Saraiva da Fonseca