Na EAD não se tem a relação permanente face a face entre professores e alunos, que supostamente indicaria maior facilidade de comunicação bidirecional ou multidirecional. Porém, a educação presencial não garante esse tipo de comunicação. Observa-se, por exemplo que, na educação tradicional, a comunicação segue um modelo unidirecional e autoritário. Somente uma educação baseada no diálogo garantiria a troca entre professor/alunos, alunos/alunos.
Assim, pode-se dizer que o processo de comunicação é definido muito mais pela abordagem pedagógica que pelos supostos limites originados pela distância. Segundo Moore (1996), por intermédio das mídias utilizadas, sejam elas material impresso, rádio, televisão, redes de computadores entre outras, é possível conduzir uma comunicação dinâmica entre professores e aprendizes. Tudo dependerá portanto da clareza pedagógica e consequentemente do cuidado no planejamento e elaboração de estratégias que garantam esta comunicação.
Laaser (1997), por exemplo, ao discutir a aprendizagem ativa, enfatiza a importância do planejamento em seus mínimos detalhes na elaboração de todo material didático para garantir o diálogo.
“...os elaboradores devem escrever de modo a estarem, continuamente, conversando com o aluno, em um diálogo amigável e encorajador. Esse diálogo deve incluir aconselhamento a respeito do que fazer e de como fazer, ou seja, deve servir de encorajamento para os alunos, reforço e incentivo”. (p.76)
Os modelos desenvolvidos com a utilização de mídias integradas são, portanto, um avanço, pois incorporam múltiplas possibilidades de representações, incorporando o conteúdo com a promoção efetiva do diálogo entre todos os participantes. Essa integração facilita o rompimento com a unidirecionalidade da comunicação tradicional.
Possibilitar, pois, um ambiente de interação e colaboração, no qual o respeito por cada um seja a abertura para o diálogo permanente no processo de construção do conhecimento é, certamente, um desafio a ser enfrentado na tentativa de fazer da EAD um canal aberto que leve o aprendiz a interagir, definindo e redefinindo junto ao professor e demais aprendizes o processo educacional.
Enfim, o entendimento de que sem diálogo não podemos falar de interação, colaboração e de relações cooperativas, deve estar claro e internalizado por todos os envolvidos em práticas educacionais: coordenadores, planejadores, executores, tutores, monitores, professores, alunos; tanto na modalidade a distância, quanto na presencial.
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